Se há algo que efetivamente nos diferencia como seres humanos, é que essa condição não nos é dada naturalmente. Se para os animais prevalece a sua condição natural, biológica, para o homem, tornar-se humano depende do estabelecimento de uma teia de relações com outros seres humanos.
Assim, inicialmente na família, recebemos um nome e somos acolhidos no desejo de alguém que nos educa e nos transmite as normas da cultura na qual viveremos. Outras instituições, posteriormente, como a escola e o trabalho, darão sequência a esse processo de socialização. Nessa teia de relações, se os familiares não foram escolhidos por nós, outros certamente o serão, como os amigos.
O vínculo com alguém que foi escolhido para compartilhar momentos da nossa vida, nem sempre fáceis ou alegres, ganha imenso valor se pensarmos que essas pessoas foram eleitas por laços de admiração, de respeito, de confiança ou até mesmo por razões que a nossa consciência não alcança.
Portanto, amigos são pessoas especiais, pois foram por nós destacados dentre várias para complementar a nossa humanidade. Não por acaso, o compositor já dizia que “amigo é coisa para se guardar no lado esquerdo do peito”.
Sílvio Memento Machado
Psicólogo / Psicanalista
Professor da FADIVA