Durante a oficina pais aprendem como solucionar conflitos sem envolver os filhos e como não deixar que o processo de separação afete a relação de ambos com as crianças e adolescentes
O processo de separação de um casal é delicado. Muitas vezes, acaba por fragilizar as famílias e, principalmente, os filhos. Foi pensando na experiência de famílias que procuram o judiciário para a solução de conflitos que o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e os Centros Judiciários de Solução de Conflitos (CEJUSC) implantaram a Oficina de Pais e Filhos, uma proposta do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e da Juíza Vanessa Aufiero da Rocha.
No município de Varginha, sul de Minas Gerais, a oficina aconteceu pela primeira vez na Faculdade de Direito de Varginha (FADIVA) e contou com o apoio de professores, advogados, colaboradores da faculdade e acadêmicos do curso de Direito. Durante semanas os instrutores se reuniram para discutir sobre divórcio, as consequências da separação e a figura do filho diante da situação.
Nas cidades em que a oficina foi aplicada, as respostas obtidas foram excelentes. Segundo a Juíza da 3º Vara Civil e coordenadora do CEJUSC em Varginha, Dra. Adriana Fonseca Barbosa, os pais que passam pela oficina já chegam na sala de audiência com o propósito de pacificação e conciliação. “Esse é o papel fundamental da oficina, pois ela esclarece conflitos que sozinhos os pais não conseguem administrar, o que faz com que eles próprios busquem por soluções”, relatou.
Quem também acompanhou o desenvolvimento na atividade na FADIVA foi a Dra. Priscilla Angélica do Nascimento, Defensora Pública. Para ela a oficia trouxe conhecimento prático aos pais e filhos que estão passando pelo processo de separação. “Com o curso as ações preventivas e reflexivas dos casais farão com que ruptura familiar seja minimizada”, explicou. A professora da FADIVA e advogada, Me. Priscilla Guimarães Cornélio, foi uma das instrutora e disse que esse momento de reflexão é de extrema importância para aqueles que estão diante de uma nova configuração familiar. “Por meio desse trabalho buscou-se a prevenção de conflitos e o bem-estar de todos os membros da família”, disse a professora.
Os primeiros resultados puderem ser observados ao final das atividades. Um dos pais participantes afirmou que a oficina veio para clarear suas ideias a respeito do processo de separação. “Se eu tivesse tido essa oportunidade antes não teria tido tantos problemas familiares”, relatou. Outro grande apoiador da realização da oficina na cidade de Varginha foi o Dr. Antônio Carlos Parreira, Juiz da Vara da Família. “O desenvolvimento dessa atividade elucida aos participantes que a separação de um casal não dissolve a família, ao contrário que muitos pensam. Nossa intenção com a oficina não é orientar casos específicos ou tratar de assuntos individuais, mas fazer com que os próprios pais e filhos tomem decisões e sejam protagonistas de suas histórias”, completou Dr. Parreira.